Bem pensado, amor
esses zói c'ocê procura
nas profudeza do riacho
aquelas duas péula escura
que tu falava
Cê dizia, amor
no corgo que nóis nada
é muita frô que afoga atoa
no precipício os zói desanda
na clareira o céu desaba
as péula preta que se arroxa
as água fria que se avoa
É taiado, amor
cum capricho de mucama
aquele sorriso que tem asa
e barbatanas que te fura
as matiz aqui da roça
com os verde aqui das foia
E polido, amor
faz-se as pranta em fumaça
bem zelosa a aguia
calejado, mas tu canta
o orguio em pessoa
sem remorso, tu adora
e apesar de qualquer coisa
aquilo tudo te é caro
De fato, amor
nada mesmo te derruba
nem os zóio desarranja
com firmeza, sem vira a canoa
pelas péula tu bataia
sua ânsia é furiosa
Faiz sua parte, amor
conduz forte sua carroça
contra os vento que te arrasta
as pombinha que murmura
qualque cançãozinha profana
junta tudo e se enjoa
Cê queria, amor
fazê santa,
a violinha que entoa
Velejá ca rabeca sem casca
e até levá aquela frôzinha porosa
essas coisas são da trama
preenchê qualqué faia futura
irreverente, na finura e na prosa
e pra qualqué furô que haja
um acervo se proclama
pelas péula que tu ousa
nas idéia elas flutua
Pois bem, eu te falo
vai convicto,
perambulando o caminho invejado
e das beira ao início
faz da grória o seu cajado,
amor


03/04/09 - 2

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog